O que nos torna humanos? Será por que amamos, por que brigamos? Por que rimos? Choramos? Nossa curiosidade? A busca pela descoberta?
“Motivado por essas perguntas, o cineasta e artista Yann Arthus-Bertrand passou três anos coletando histórias reais de 2.000 mulheres e homens em 60 países. Trabalhando com uma equipe dedicada de tradutores, jornalistas e cinegrafistas, Yann captura relatos profundamente pessoais e emocionais de tópicos que nos unem a todos: lutas contra a pobreza, a guerra, a homofobia e o futuro do nosso planeta, misturados a momentos de amor e felicidade.”
Recomendo assistir a esse raro e incrível trabalho numa tacada só, sem interrupções, com atenção plena, ouvindo e sentindo cada palavra, cada som, cada gesto, cada olhar, qualquer sutil expressão, nessa avalanche de sentimentos, emoções, vidas vividas, vidas deixadas, dores, alegrias, tristezas, raivas, amores, ganhos, perdas, enfim… a vida, a vida pelo olhar, sentir e o sincero manifestar de tantos! A experiência me afetou profundamente e modificou algo em mim, espero que provoquem algo em você também.
Sei que é longo, são mais de 3 horas, no entanto garanto valer a pena! É impactante, assista até onde sentir que lhe faz sentido.
Comigo foi assim, ao terminar de assistir a este filme um silêncio interno absoluto, análogo aos términos das melhores sessões de meditação. Portanto assim permaneci num esforço de não agitar aquele estado e perder a quietude, aquele silêncio, aquele nada que preenche tudo. Não pensava, eu não queria, não podia, não devia, daí uma compreensão emergia e se fazia clara, junto daquela paz e luz crescente, o amor se manifestou e reivindicou sua posição, imparável.
Atônito, me deixei levar em meditação profunda, e nada foi preciso, a vida estava no comando…
Até que a noite e o sono me trouxeram de volta!
Somente no dia seguinte pude perceber mais nitidamente que temos uma ideia do outro, ideias de humanidades, supores do além de cada um de nós, suspeitas não reais de mim e de você. Nada que não sabia até então, mas sentir pra valer de “corpo e alma” foi diferente. De fato percebia melhor, ainda que toscamente, uma infinidade de universos e tempos que abriga cada um de nós, de quantas verdades é constituída a humanidade, e através do quanto dessa praticamente igualdade estamos amalgamados.
Pelo menos naquelas poucas horas acredito que aceitei melhor o que nos faz diferentes, aceitei essas diferenças por mais que me desagradassem, pois naquele breve tempo o não julgar ou o não ajuizar foi desnecessário. Foi uma experiência e tanto!
Sem dúvida foi um daqueles momentos em que raramente conseguimos suspender os julgamentos e perceber, por entre as rudimentares manifestações do outro, aquele que ali se apresenta na melhor forma que consegue. Não era como ver através da perspectiva do outro, agora sei que isso é pretensão enganosa, não temos, ou não tenho, como abarcar plenamente seu universo e o seu tempo. Contudo uma espécie de aceitação evidentemente forte se instalou, era o bastante, foi suficiente. Ainda que individualmente separados e diferentes, me sentia e estava efetivamente espelhado no outro, uno de algum modo naquilo que compreendia a nossa manifestação.
Depois, como sempre o cotidiano da vida nos carrega em sua direção, e já começando a trabalhar tudo passou, inevitavelmente voltei ao mundo “normal”, me senti sendo arrastado ao sonho novamente.
A experiência me afetou profundamente, e posso dizer que transformou algo por aqui com clareza inequívoca.
Infelizmente não tenho como transmitir esse sentir em palavras, me falta habilidade para tanto, portanto espero com essa recomendação que tenham boas experiências, que ampliem a percepção sobre humanidade e, quiçá cure na alma seja lá o que for preciso. Assim desejo sinceramente.
Abraços! Paz, Luz!
Para conhecer mais:
Site: https://www.goodplanet.org/human/
Canal no Youtube: https://www.youtube.com/@humanofilme4536/videos
